Banco de materiais
Na concepção e candidatura do projeto Mulheres em Construção ao Programa Público Bairros Saudáveis, a MA propôs a realização de uma obra de renovação em um espaço de interesse público inserido no Bairro de Santiago, a ser realizada pelas formandas, para servir como um estágio em que elas aplicariam os seus conhecimentos. O espaço poderia, ainda, servir para abrigar o Banco de Materiais e Ferramentas, idealizado para ser um legado do projeto para o Bairro e seus habitantes. Trata-se de um espaço de armazenagem de materiais e ferramentas úteis para reparos em casa ou para prestação de serviços relacionados à construção civil. Pretende permitir o início de atividades laborais sem os custos iniciais e melhorias em casa sem gastos que poderiam inviabilizar a ação. Assim, no decorrer das formações práticas do IEFP, nós da equipa do Mulheres em Construção iniciamos a angariação de itens para compor o Banco de Materiais e Ferramentas e a busca por um local para realizar a obra de renovação. Nesta busca, contámos com as formandas, principais atoras e conhecedoras do Bairro, para a escolha final do local. Um dos principais critérios para a escolha foi a sua localização. Era indispensável que fosse inserido no Bairro para garantir a possibilidade de frequência das formandas à obra e posterior acesso e utilização do Banco de Materiais e Ferramentas.Embora o Bairro tenha muitas lojas disponíveis e até mesmo vazias, não foi fácil encontrar a que seria beneficiária da obra. O entrave aconteceu diante de lojas camarárias que estão sob concessão e não poderiam ser utilizadas para o efeito. Situação similar à que aconteceu com lojas da Universidade de Aveiro. Além destas, havia outras lojas que inicialmente pareciam boas hipóteses, não fossem irregularidades legais ou contratuais que comprometeram a sua elegibilidade para a realização da obra. A resposta surgiu quando a IPSS Florinhas do Vouga, parceira do projeto, apresentou à equipa da MA a possibilidade da obra ser realizada no Espaço 23 da Rua Nova, denominado Meninarte, anteriormente utilizado pela Florinhas para aulas de explicações. Marcada uma visita ao local, a equipa da IPSS apresentou o espaço à MA. A seguir, a hipótese foi apresentada às formandas e, com a aderência delas à hipótese, confirmou-se qual seria o local da obra e que em seguida abrigaria o Banco de Materiais e Ferramentas. Nesta etapa, também já estávamos em contato com a Cimave, empresa de construção civil que estava a trabalhar nas renovações de fogos no Bairro de Santiago.
Decidido o local, fomos todas ao Espaço 23 para perceber quais modificações iríamos fazer no local, um rápido caderno de encargos. Definidas as ideias, avançamos com as demolições de paredes e remoção do forro de linóleo. A partir daí, mão na massa, pincéis em punhos, vassouras para manter a obra limpa, muita disposição física, pausas para o café e novas aprendizagens foram nossas companhias ao longo do mês de setembro, período em que a obra foi realizada. Por todo este percurso contámos com o impecável apoio técnico da Cimave. É claro que não perdemos a oportunidade de receber as colegas do projeto Entre o Chão e o Telhado, realizado em Águeda pela IPSS Bela Vista, para nos ajudarem nas tarefas e praticarem um bocadinho mais do que já sabem.
O resultado final foi um espaço como novo com a tijoleira doada pela Revigrés, além de paredes bem pintadas, novas louças na casa-de-banho e uma nova divisão para abrigar o Banco de Materiais e Ferramentas. O restante do Espaço será aproveitado para atividades da Florinhas.